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Brinquedos para autistas: como funcionam e para quem são?

Atualizado: 24 de mar.

Educação com ferramentas lúdicas e sensoriais são grandes aliadas para a condução de bons estímulos


Dificuldades de atenção, sensibilidades sensoriais, retração na socialização: o Transtorno do Espectro Autista pode apresentar diferentes características a depender do nível de suporte de cada pessoa com deficiência. Seja na infância ou na fase adulta, a utilização de brinquedos são itens com forte potencial de estímulo cognitivo, motor e psicológico entre as pessoas com autismo.


Segundo o Ministério da Saúde, Transtorno do Espectro Autista (TEA) é “um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades. [...] A identificação de atrasos no desenvolvimento, o diagnóstico oportuno de TEA e encaminhamento para intervenções comportamentais e apoio educacional na idade mais precoce possível, pode levar a melhores resultados a longo prazo, considerando a neuroplasticidade cerebral”. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima que existam cerca de 2 milhões de autistas no país, em torno de 1% da população nacional em 2022. 


Para auxiliar no acompanhamento e desenvolvimento das pessoas com TEA, a utilização de ferramentas e técnicas aliadas a brinquedos desenvolvidos especialmente para beneficiar a educação de autistas com estímulos adequados. Para a Gestora Educacional e Psicóloga do Pertence, Marina Barth, os brinquedos devem considerar os estímulos sensoriais de cada pessoa com autismo, além do seu desenvolvimento cognitivo e suas habilidades emocionais. A partir dessas especificidades, é possível escolher recursos de diferentes materiais e funcionamentos que mais se adequam às necessidades da criança: podem ser táteis com diferentes texturas, visuais com cores e luzes diferentes, auditivos que contenham sons/ritmos ou de montar. Independentemente do tipo, esses brinquedos trazem diferentes benefícios, como: melhora na coordenação motora e concentração; estimulação da comunicação e interação social e auxílio da regulação sensorial e emocional. “Para que isso aconteça, é importante observar o perfil sensorial da criança para oferecer o brinquedo mais adequado para que não se tenha sobrecarga de estímulos ou até desinteresse. Por isso, esses recursos devem ser adaptáveis às necessidades específicas de cada criança", complementa a gestora.


Comercializados em lojas especializadas, os brinquedos podem ser adaptados também em casa, desde sua produção até a personalização a partir de brinquedos ou itens convencionais. Mas fique atento(a): é preciso compreender quais são os estímulos que o seu/sua filho(a) necessita, sempre respeitando a indicação de profissionais e as respostas de cada pessoa com os diferentes tipos de brinquedos.


Faixas etárias e tipos de brinquedos


Para uma seleção adequada de quais brinquedos devem ser utilizados, é importante que seja acompanhada a base de desenvolvimento para a faixa etária, considerando as habilidades motoras, cognitivas e sensoriais que se desenvolvem em cada período da infância e de que forma eles foram produzidos na criança. 


Assim, para uma base estimada, indica-se que nos primeiros meses, o foco deve estar na estimulação dos sentidos de forma suave e prazerosa. À medida que a criança cresce, torna-se essencial introduzir brinquedos que estimulem a coordenação motora, a percepção espacial e a interação social. A partir da idade escolar, jogos mais estruturados podem contribuir para o raciocínio lógico, a autonomia e o planejamento de ações. Para garantir benefícios efetivos, a escolha deve priorizar brinquedos que respeitem tanto o nível de receptividade da criança quanto suas particularidades sensoriais, evitando sobrecarga ou desconforto. 


Confira algumas das indicações para cada período:


  • De 0 a 6 meses: Brinquedos macios, mordedores de silicone e chocalhos leves estimulam os sentidos sem gerar sobrecarga. Contrastantes visuais, como preto e branco, favorecem a percepção visual, enquanto texturas variadas proporcionam experiências táteis seguras.

  • De 6 a 12 meses: Objetos de encaixe simples, blocos de grandes dimensões e livros de banho auxiliam na exploração motora e no reconhecimento de formas e cores. Sons suaves podem ser introduzidos para estimular a percepção auditiva sem causar desconforto.

  • De 1 a 2 anos: Brinquedos que incentivam a motricidade grossa, como carrinhos de puxar e empurrar, além de instrumentos musicais básicos, contribuem para o aprimoramento da coordenação e a ampliação das interações com o ambiente.

  • De 3 a 5 anos: Massinhas de modelar, areia cinética e quebra-cabeças simples favorecem a criatividade e o fortalecimento da motricidade fina. Jogos de encaixe com desafios progressivos incentivam a resolução de problemas e a construção do raciocínio lógico.

  • De 6 a 8 anos: Jogos de tabuleiro com regras simplificadas, livros interativos e kits de experimentação sensorial promovem a socialização e o desenvolvimento cognitivo. Atividades motoras mais complexas, como blocos de montar detalhados, auxiliam na organização do pensamento espacial.

  • A partir dos 9 anos: Jogos estratégicos, quebra-cabeças de maior complexidade e kits de ciência oferecem estímulos intelectuais mais sofisticados. Além disso, brinquedos que exigem planejamento e construção tridimensional contribuem para a autonomia e a capacidade de resolver problemas.


Independentemente da idade, a escolha dos brinquedos deve considerar as preferências individuais da criança e sua resposta a diferentes estímulos, garantindo um equilíbrio entre desafio e conforto. No Pertence, essa experiência vai além da seleção dos brinquedos: oferecemos um ambiente estruturado e acolhedor, onde a criança tem acesso a um vasto acervo de materiais e brinquedos adaptados, em espaços seguros e com uma equipe especializada para conduzir brincadeiras, estimular a socialização e contornar eventuais dificuldades de aceitação de técnicas e itens, com respeito e uma metodologia exclusiva. 

O brincar deve ser uma parte indispensável da infância de todos, mas nem por isso deve ser dura ou dolorosa, tanto para pais e responsáveis quanto para as crianças. Observe a recepção em cada momento e siga em contato com seu profissional de saúde de confiança para oferecer o melhor, com segurança e dignidade!


Gostou do conteúdo e quer saber mais? Venha conhecer mais sobre a Metodologia Pertence e o time de especialistas em saúde, psicologia e assistência social pelo telefone (51) 99176-9191 e conheça nosso espaço!


Acompanhe o projeto e o Pertence pelas redes sociais ou acesse o site pertence.me para maiores informações.


Escrito por Marco Antônio Bourscheid.

Revisado por Marina Barth.


 
 
 

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