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Volta às aulas: estratégias e desafios para pessoas com deficiência e suas famílias

Pertence

O mês de fevereiro marca o retorno às aulas em 23 estados brasileiros e no Distrito Federal, uma boa notícia para muitos estudantes e familiares, mas nem sempre para as pessoas com deficiência e famílias atípicas. A mudança de rotina, as novas interações sociais e a necessidade de suporte adequado geram preocupações frequentes entre responsáveis e alunos.


Segundo a Gestora Educacional e Psicóloga do Pertence, Marina Barth, “O retorno às aulas de um aluno com deficiência mostra-se um grande desafio para toda a sua família, pois normalmente essas famílias precisam se envolver ainda mais nesse retorno, quando comparado às famílias típicas.” “É natural que existam muitos receios e angústias, tanto do aluno quanto da família. Possíveis experiências prévias escolares podem influenciar negativamente nesse momento, intensificando esses medos. Por isso, é fundamental adotar uma abordagem empática e de apoio junto a essas famílias, sempre com orientações diretas, claras e objetivas", reforça a profissional.


Seja pela ansiedade e resistência, rejeição de mudanças, comportamentos estereotipados ou dificuldades de socialização, é natural que exista um misto de sentimentos e sensações dos alunos com deficiência no retorno às aulas, pois há uma “quebra de rotina” com mudanças importantes de organização, como horários, locais e pessoas de referência. Para lidar com essas mudanças, diferentes estratégias podem ser aplicadas em casa. Marina explica como colocar em prática algumas ações importantes, visando sempre a flexibilidade e o uso de tentativas para verificar o que é cabível para cada comportamento.


Criação de rotinas de preparação


Após um longo período de recesso, é importante buscar introduzir a volta à rotina escolar com antecedência. Dentro do possível, pode-se criar uma rotina gradual, que, aos poucos, vai se aproximando da realidade do retorno à escola. É essencial sempre engajar a criança ou adolescente nesse processo, comunicando essas estratégias e até construindo-as junto com ele, negociando combinações. Algumas dicas práticas que podem contribuir para esse planejamento:


  • Acordar mais cedo nos dias que antecedem o início das aulas para ajustar o horário de sono e alimentação, o que contribui para evitar a sobrecarga nos primeiros dias.

  • Construir um calendário ilustrado e chamativo que fique visível para realizar uma “contagem regressiva” para o início das aulas: a criança pode ir marcando os dias até a data do retorno. Isso ajuda na previsibilidade e na sensação de “controle” por parte da criança.

  • Organizar os materiais escolares com temas de interesse da criança: quando possível, adquirir os materiais de acordo com algum personagem ou cor que ela goste. Isso pode ajudar na motivação para o retorno.

  • Passar em frente à escola, mostrando o caminho e o tempo que se leva até lá. Se possível, até marcar uma visita antes do início das aulas para que a criança conheça sua futura sala de aula.


Para além do trabalho no ambiente familiar, é importante que a família mantenha um bom canal de comunicação com a escola, para que haja compreensão sobre as necessidades específicas do estudante e para que estratégias de adaptação sejam implementadas. A construção de um elo forte entre os dois ciclos que atuam nesse processo com a pessoa com deficiência é necessária para que as estratégias utilizadas com a criança ou adolescente em casa sejam compreendidas e continuadas também no âmbito escolar.


Acompanhamento positivo


Em meio à carga emocional que filhos(as) com deficiência podem demandar neste período de mudanças, a construção de redes de apoio em espaços para pais e responsáveis atípicos, em grupos familiares ou de amizade, é uma grande aliada para que as figuras de segurança dos estudantes com deficiência em suas casas também estejam preparadas para apoiá-los na volta à escola.

Um ambiente acolhedor e preparado para receber momentos de frustração e crises geralmente é visto como um espaço familiar. Por isso, algumas posturas podem ser favoráveis para familiares aderirem em casa:


  • Manter a calma e a paciência: Mostrar tranquilidade em relação ao processo de adaptação é importante, pois isso ajuda a criança a sentir que não está sozinha e pode confiar nos adultos ao seu redor.

  • Estabelecer uma rotina previsível: Ter um horário consistente para as atividades diárias, incluindo o retorno à escola, pode diminuir a ansiedade, pois a criança saberá o que esperar.

  • Reforçar positivamente: Quando a criança demonstra comportamentos adequados, mesmo que pequenos, os responsáveis devem reforçar essas atitudes com elogios ou recompensas. Isso motiva a criança a continuar tentando.

  • Apoiar a criança emocionalmente: Oferecer apoio emocional, conversar sobre sentimentos e dar espaço para que a criança expresse seus medos pode ajudar muito no processo de adaptação.


Apoio de profissionais de saúde e métodos especializados


A individualização no olhar para cada estudante com deficiência é de grande auxílio para o desenvolvimento escolar e social, além de colaborar no acompanhamento do quadro geral de cada pessoa com deficiência. Assim, a utilização de recursos, técnicas e ferramentas são estratégias comprovadamente funcionais quando aplicadas junto ao alinhamento de profissionais de saúde, como psicólogos, pedagogos, terapeutas ocupacionais ou fonoaudiólogos, com os educadores que atendem o aluno com deficiência na escola.


Para a psicóloga, “Crianças e adolescentes com deficiência intelectual podem apresentar resistência ao retorno devido a dificuldades sensoriais, medo da mudança de rotina ou até interações sociais. Profissionais geralmente orientam as famílias a trabalharem com reforços positivos (como recompensas por comportamento desejado) e estratégias de enfrentamento para reduzir a ansiedade. Além disso, conhecer integralmente esse aluno e saber quais são seus ‘gatilhos’ é fundamental para evitar situações de ‘descontrole’ ou desorganização por parte dele, pois, dependendo dessas situações, podem colocá-lo em risco."

“Sabendo desses estímulos negativos, é possível controlá-los ou modificá-los. Por exemplo, se uma criança não gosta de abraços, é importante informar a comunidade escolar para que esse aluno não seja recebido no retorno letivo com esse tipo de afeto, mas sim criar em conjunto outro tipo de cumprimento efetivo”, complementa.


O acompanhamento contínuo por responsáveis, em casos de melhora ou piora, é parte essencial para um bom retorno à escola e para o desenvolvimento ao longo do ano letivo. A adaptação/readaptação escolar pode levar um tempo considerável e, com o auxílio de um profissional especializado, pode-se viabilizar o acompanhamento adequado, seja por meio de terapia comportamental, psicoterapia ou orientação pedagógica.


A Metodologia Pertence é um conjunto integrado entre técnicas, profissionais e espaços desenvolvidos para o acolhimento seguro e comprometido com a melhora de habilidades de sociabilidade, saúde e cognição. A partir da individualização no olhar para cada caso, são aplicadas rotinas com estímulos em atividades culturais, esportivas, educacionais e de lazer, em dias úteis e finais de semana, proporcionando um acompanhamento completo para cada participante, unindo a rotina de casa a um novo espaço preparado para criar autonomia e autoconhecimento.


Acompanhe o projeto e o Pertence pelas redes sociais ou acesse o site www.clubesocialpertence.com.br. Para mais informações, entre em contato pelos telefones (51) 99176-9191 e (51) 3108-0710.


Esrito por Marco Antônio Bourscheid.

Revisado por Marina Barth.


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